sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Muralha Dinamarquesa

O Danevirke era uma muralha de terra que separava a Jutlândia
do Império Franco. Sua finalidade primordial era proteger a
cidade de Hedeby, que era o mais importante centro de comércio
da Dinamarca



Danevirke na "Carta marina" do século 16.


Construção da muralha

Danevirke é uma muralha defensiva dinamarquesa (hoje em Schleswig-Holstein, território da Alemanha) que foi construída entre o limite ocidental da Jutlândia e Schleswig, em Slien, no Mar Báltico, perto do centro viking de comércio de Hedeby.

Segundo fontes escritas, a construção de Danevirke foi iniciada com o rei dinamarquês Gudfred em 808. Foi construída com o objetivo de proteger o reino dinamarquês na península da Jutlândia de ataques francos.


As várias fases de construção de Danevirke.

Os francos haviam conquistado a Frísia e a Saxônia ao longo dos últimos 100 anos. Temendo uma invasão dos francos, o rei dinamarquês Gudfred ordenou que a fronteira de seu reino com o dos francos fosse fortificada.

Durante a Idade Média, a estrutura foi reforçada com paliçadas e paredes e foi usada pelos sucessivos reis dinamarqueses como ponto de partida de incursões militares nas Cruzadas Bálticas, particularmente as incursões dinamarquesas contra os eslavos.

Posto alfandegário, pousada e bordel


Runa de Hedeby. Foi encontrada em Sønderjylland, Norte da
Alemanha. Sønderjylland atualmente pertence à Alemanha,
mas durante a idade média era parte do Reino da Dinamarca.

Pesquisadores descobriram o único portão de travessia do Danevirke, um portal com cinco metros de largura. De acordo com escritos antigos, “carroças e homens a cavalo” costumavam passar pelo portão, chamado de “Wiglesdor”. Perto dele havia um posto alfandegário e uma pousada que incluía um bordel.

Há um século os arqueólogos sonhavam em encontrar este portão entre a Dinamarca e o Império Franco. Especialistas conheciam a localização aproximada, mas os arqueólogos não podiam escavar: havia uma antiga taverna no caminho. “O Café Truberg colocou freios em tudo”, diz Claus von Carnap-Bornheim, chefe do departamento de arqueologia de Schleswig Holstein.


Arqueólogos fazendo escavações no Danevirke.

As coisas só começaram a ir adiante quando o café faliu e foi comprado em 2008 com a ajuda da AP Møller-Fonds, um fundo que pertence a Arnold Maersk, dinamarquês de 97 anos que é dono da maior frota de contêineres do mundo. A companhia de energia E.on Hanse, subsidiária da E.on e responsável pelo norte da Alemanha, pagou para que o prédio fosse demolido e os arqueólogos puderam avançar.

Comércio por terra

Seus longos barcos tecnologicamente sofisticados, permitiram aos dinamarqueses desenvolverem uma rede formidável de rotas de comércio. Eles viajavam pelos rios da Rússia até Bizâncio e navegavam o Atlântico Norte até a longínqua Islândia, Groenlândia e até o norte da América do Norte.


Mapa mostrando o Danevirke, baía Schlei, e rios Treene e Eider.

Mas havia um calcanhar de Aquiles nesse império comercial, e este se localizava em Hedeby. Para que os bens do leste fossem enviados para o oeste, eles precisavam cruzar a estreita faixa de terra na base da atual Dinamarca. Os comerciantes entravam no território pela baía de Schlei, até chegar a Hedeby, onde suas mercadorias eram descarregadas e enviadas por terra até o Rio Treene, a 18 quilômetros dali. Só então os bens podiam ser carregados em barcos e enviados pelo Mar do Norte.

Durante toda a duração dessa curta viagem por terra, os bens valiosos – incluindo ouro de Bizâncio, peles de urso de Novgorod e até estátuas de Buda da Índia – ficavam expostos a ataques. Foi para proteger essa importante artéria comercial que os arqueólogos hoje acreditam que foi construída a fortaleza de terra, pedras e tijolos. O Danevirke, em outras palavras, não era nada além de um escudo protetor para o comércio.

Fontes: Tripatlas / Wikipédia / Blog Artigos Traduzidos / Solbrilhando.com / Runewebvitki.com