sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O Comércio Viking na Europa

Os Vikings desenvolveram na Europa uma rede formidável de
rotas de comércio. Incentivaram o comércio e a indústria, revitalizaram os centros urbanos em decadência da Europa Ocidental e Setentrional e fundaram novas comunidades
urbanas em partes tão remotas como a Rússia e a Irlanda





Os progressos no desenho de suas embarcações lhes proporcionaram um novo domínio dos mares que rodeiam o noroeste da Europa, de que se valeram para o comércio. O crescimento da população levou esse povo a navegar por outros mares não apenas para praticar o comércio, mas para morar.

Os vikings conseguiram estabelecer uma ampla rede de contatos que se estendia da região onde atualmente é o Iraque até o Canadá. Conquistaram, fundaram e colonizaram povoados, revitalizando, em plena Idade Média, o comércio marítimo Europeu, ainda que temporariamente, com rotas através dos mares Báltico e do Norte, além de rios como o Ródano, Reno, Sena, Tamisa e Volga.

A expansão árabe havia interrompido o comércio mediterrâneo da Europa Meridional no século VII, convertendo a Europa Norte-ocidental em uma unidade comercial independente. Isso deixou os escandinavos, anteriormente isolados do comércio europeu, em boa posição para realizar negócios com os francos, com os árabes através dos rios russos e, pelo Mar Negro, com Bizâncio.

Compravam bens e materiais, como prata, seda, especiarias, vinho, Âmbar, jóias, metais, vidro e cerâmica. Vendiam itens como mel, estanho, trigo, lã, madeira, ferro, peles, couro, bacalhau e marfim de morsa.

No Norte, os centros comerciais mais importantes eram Ribe, Kaupang, Birka, Ahu, Truso, Grop Strömkendorf e Hedeby. As mercadorias eram levadas para esses centros e, em seguida, dispersas na sociedade Viking.

Enquanto os Vikings da Noruega e Dinamarca estavam lutando por novas terras no Oeste e Sudoeste, os Vikings da atual Suécia dirigiam-se para leste e para sudeste.

Os suecos iniciaram sua expansão em direção ao Leste e navegaram por lagos e rios russos até chegar aos mares Cáspio e Negro, o que lhes permitiu entrar em contato com o império bizantino e com os povos islâmicos da Pérsia.

Muitos deles voltavam ricos de suas expedições. Tamanho era seu percentual de comércio que haviam na Suécia mais moedas inglesas que na própria Inglaterra e 90% de todas as moedas de Bagdá encontradas na Europa estavam na Suécia. Havia um intenso comércio com os finlandeses e estados bálticos.

Suas embarcações, de pequeno calado, tinham grande mobilidade, e isso lhes permitia seguir sem problemas os cursos dos rios. Suas expedições tiveram caráter mais comercial do que guerreiro e foram responsáveis pelo início das atividades econômicas nas bacias dos rios Dnieper e Volga.

A organização política dos eslavos orientais era ainda de caráter tribal quando os vikings começaram a navegar e comerciar pelos rios russos, no século IX. As dissensões internas eram tão virulentas que permitiram a instauração de uma aristocracia escandinava sobre os povos eslavos, o que facilitou a escolha de um príncipe viking como líder que fosse capaz de uni-los: Rurik, chefe escandinavo que em 862 converteu-se em governador de Novgorod.

Da fusão de suecos e eslavos surgiram os primeiros principados russos, entre os quais se destacou, já no século 9, o de Kiev. O comércio dos vikings também provocou, no leste da Europa, o surgimento do ducado da Polônia e do reino da Hungria.

Os vikings criaram uma das mais promissores teias comerciais da Europa Oriental, com rotas ligando o Mar do Norte tanto a Bizâncio quanto ao Mar Cáspio e às caravanas vindas de Bagdá. Centro de todo esse movimento, Kiev tornou-se uma das cidades mais ricas da Europa.

O principado de Kiev chegou à fronteira setentrional do Império bizantino, com o qual estabeleceu um acordo comercial em 911. Enquanto que antigas rotas comerciais entre Oriente e Ocidente através do Mediterrâneo, estavam fechadas ou inseguras, os vikings mantiveram a rota de comércio entre Bizâncio e o Ocidente aberta por meio de Kiev.

O principado de Kiev prosperou controlando as rotas de comércio baseadas entre os rios que ligavam os mares Báltico e Negro. Peles, escravos, ceras, mel e produtos da floresta (madeira) eram levados através do Mar Negro para Constantinopla, onde eram trocados por sedas, especiarias e ouro. Esta prosperidade perduraria pelos próximos trezentos anos.

Fontes: História do Mundo / Hidromelvalkiria.com / Revista Aventuras na História / Archaeology.about.com / Centro Cultural Banco do Brasil / Correio Gourmand / Ucrania1.hpg.ig.com / Revista Super Interessante

2 comentários:

Giovana Hornung disse...

Muito interessante o material postado pelo Valter e de resto todo o material disponibilizado também.Obrigada por compartilhar!

Pedrinhas Cedovém disse...

Lugar das Pedrinhas (http://pt.wikipedia.org/wiki/Lugar_das_Pedrinhas) é um desses lugar de comércio, que nasceu de um posto de comercio de sal (produto muito caro) e de um estaleiro que originou o aparecimento de grubehus.
A rota comercial maritima entre os paíse Nordicos (Noruega) e Apúlia (Itália) era muito utilizada. Que tipo de embarcação seria utilizada com as dimensões entre 8 a 10 metros de comprimento e 6 e oito de largura?
Ver:
http://lugar-pedrinhas.blogspot.pt/p/arquitectura-vernacula.html
Se poder ajudar nesta investigação, será mais um grande passo na revelação da nossa história.